quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Maria Gadú

Cantora é uma das grandes revelações de 2009

Crédito: myspace.com/mariagadu

Por Silvio Luz

Desde o começo do ano já se ouvia aqui e ali que Maria Gadú seria uma das boas surpresas da MPB em 2009. E não deu outra. A jovem cantora lançou seu primeiro disco pelo SLAP (Som Livre Apresenta) em julho e depois só colheu bons frutos pelo seu trabalho todo robusto e maduro - produzido por Rodrigo Vidal (Paulinho da Viola, Gilberto Gil, Cachorro Grande). E olha que é apenas a sua estréia! Imagine o que ela não fará nos próximos anos.

Com voz serena e capaz de hipnotizar qualquer um, o encanto logo se instala em cada acorde e arranjo das canções de Gadú. Boa parte das músicas do disco é de sua autoria. Shimbalaiê, por exemplo, foi composta quando tinha apenas dez anos - ela mesma diz que desde os seis só sabe fazer música. Outro destaque do álbum é Altar Particular, "sambinha que tem vida própria", nas palavras de Gadú.

A História de Lilly Braun, releitura da canção homônima de Chico Buarque e Edu Lobo, foi tema de abertura da minissérie Cinquentinha, da TV Globo. Para a mesma atração, a versão de Gadú para Ne Me Quitte Pas também foi escolhida. Pra completar, sua música de trabalho, Shimbalaiê, está na trilha da novela Viver a Vida. Essa inserção em trilhas sonoras só traduz o seu poder de encantar e mostra que não está para brincadeira.

Lounge e Baba Baby - versão super bacana da música que não tinha lá muito brilho na voz de Kelly Key - são outras canções que não podem deixar de ser ouvidas no disco. É impressionante o poder de interpretação de Maria Gadú, esta paulistana de apenas 23 anos radicada no Rio. E apesar da pouca idade, não está deixando o sucesso subir à cabeça. A humildade é revelada quando diz que ainda está aprendendo muito com os músicos de sua banda, e que tem que "ralar" muito para chegar à altura deles.

Sua banda é formada por Dadi (baixo), Cesinha (bateria), Doga (percussão) e Fernando Caneca (guitarra). O baixista Artur Maia, o violinista Nicolas Krassik e o produtor Liminha (na guitarra) são os outros músicos que contribuíram para o primoroso CD de estreia. Para ouvir todas as músicas do primeiro disco de Maria Gadú em sua página no MySpace, clique aqui.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Hip Hop em alta

Prêmio de quase R$ 2 milhões fortalece cultura

Crédito: rapnacional.com.br

Por Silvio Luz

Nos últimos anos o hip hop brasileiro começou a dar sinais de renovação e ganha cada vez mais atenção e visibilidade. Prova disso é o Prêmio Cultura Hip Hop 2010, do Ministério da Cultura. As inscrições para o edital - ao todo são sete categorias de premiação - começam em abril do ano que vem e o valor de R$ 1,7 milhão será distribuído para 128 ganhadores. O prêmio terá como homenageado especial o rapper e ativista Preto Ghóez (Clã Nordestino), que morreu em 2004.

Com grande inserção nas periferias brasileiras, o prêmio vai fortalecer ainda mais esta cultura que tem um diálogo tão íntimo e direto com as pessoas que ali vivem. Para o secretário da Identidade e Diversidade Cultural, Américo Córdula, a intenção do prêmio é despertar o interesse de outros órgãos públicos e da sociedade civil para também criar seus próprios editais. A iniciativa busca também mapear experiências juvenis que utilizam o hip hop para a construção de políticas públicas.

Confira as sete categorias do Prêmio Cultura Hip Hop 2010:

Reconhecimento: personalidades ou entidades importantes para o desenvolvimento da cultura Hip Hop.

Sócio-Educativa – Escola de Rua: iniciativas que já existem e que visam a utilização dos elementos do hip hop em ações sócio-educativas por meio de oficinas e arte-educadores.

Geração de Renda: iniciativas que visam soluções e planos que gerem renda. Por exemplo: distribuição de CDs e DVDs, oficina de moda, oficina de serigrafia etc.

Difusão/Conhecimento (5° Elemento): iniciativas que visam a realização de encontros, seminários ou painéis que reúnam atores do hip hop, bem como projetos que visem a produção de mídias para a difusão do hip hop. Por exemplo: jornais, fanzines, programas de rádios comunitárias, documentários, sites etc.

Difusão Menções Honrosas: valorizar as iniciativas que incorporem, associem, incentive o intercâmbio com outras formas artísticas semelhantes à cultura hip hop, em particular das expressões culturais afrodescendentes.

Menção Honrosa - Inovação: iniciativas socio-educativas que incorporem novos elementos à cultura de rua, além dos 4 elementos.

Menção Honrosa - Diáspora: iniciativas que contribuam ativamente para a difusão/compreensão do significado da diáspora, por meio da difusão de informação ou a incorporação de outras formas artísticas negras à cultura hip hop.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Retrospectiva do Quilombo

Quilombaque relembra ano com cores e imagens

Crédito: Divulgação

Por Silvio Luz

Com pouco mais de quatro anos de existência, a Comunidade Cultural Quilombaque - organização sem fins lucrativos localizada em Perus, bairro periférico da zona noroeste de Sampa - só tem o que comemorar, sobretudo as conquistas e as vitórias alcançadas em 2009. Para isso fez um vídeo com imagens significativas de um ano tão representativo em sua história.

Confira:



Para ler o texto de Retrospectiva 2009, clique aqui.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Caligrafia

Fechando 2009: Ludov faz dois shows em Sampa

Crédito: Caroline Bittencourt

Por Silvio Luz

Divulgando o novo disco - Caligrafia - lançado no primeiro semestre deste ano, a banda Ludov se apresenta neste fim de semana (19 e 20/12) no Centro Cultural São Paulo. O álbum, que é o terceito da carreira, traz 12 faixas - tirando as 7 músicas lançadas só em formato digital - e mostra um Ludov mais livre e mais seguro de seu talento. No sábado, a abertura fica por conta do Pullovers, enquanto que no domingo quem faz as honras da casa é o grupo Conjunto Vazio.

Em março, o grupo fez uma espécie de retiro no interior de Sampa para começar a gestar o novo disco. Foi um mês intenso, dividido entre o processo de composição das canções e a gravação do CD. Pela primeira vez, Mauro Motoki e Habacuque Lima - integrantes do Ludov - assinam a produção do álbum, junto com Fábio Pinczowski.

Além de Mauro, Habacuque, Chapolin e Vanessa, os shows desta nova turnê contam com uma forcinha a mais: o baixista e tecladista Bruno Serroni. Para ouvir algumas das novas canções da banda no MySpace, clique aqui.

Dia 19/12 (às 19h) e 20/12 (às 18h).

Entrada: R$ 15,00 (R$ 7,50 a meia-entrada). Bilheteria aberta com 2 horas de antecedência.

Centro Cultural São Paulo - Rua Vergueiro, 1.000, Paraíso; (11) 3397-4002; www.centrocultural.sp.gov.br

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Doutor do Baião

O Homem que Engarrafava Nuvens: ritmo revisitado

Crédito: vivaterra.org.br

Por Silvio Luz

Os filmes que abarcam a temática da música brasileira estão cada vez mais frequentes nas telonas do país inteiro. E tomara que essa fase não vire mais um clichê do cinema nacional. A novidade é o filme O Homem que Engarrafava Nuvens, que conta a história do baião, ritmo nordestino sempre associado a Luiz Gonzaga, mas que teve Humberto Teixeira como precursor.

O documentário acompanha a filha do músico, compositor e advogado - profissão que utilizou para defender os direitos autorais na indústria fonográfica -, Denise Dummont, em uma viagem para entender mais a obra e os feitos de Teixeira. Considerado o Doutor do Baião, o compositor sempre se preocupou em divulgar o ritmo por diversos países, valorizando e exportando a cultura popular brasileira.

Canções clássicas como Adeus Maria Fulô e Asa Branca, a segunda música mais popular do Brasil, são alguns exemplos de sua contribuição generosa para nossa música. O filme narra a história de Teixeira do estrelato na década de 50 - quando Luiz Gonzaga imortalizou muitas de suas músicas - até a derrocada com o surgimento da Bossa Nova. Nessa época, o seu baião era lembrado apenas em ocasiões de protesto à ditadura militar de 64.

Dirigido pelo pernambucano radicado no Rio de Janeiro, Lírio Ferreira - o mesmo diretor de Árido Movie, Baile Perfumado e Cartola -, O Homem que Engarrafava Nuvens tem estreia nacional marcada para 15 de janeiro de 2010. O documentário ganhou os prêmios de melhor roteiro, melhor som e ainda o prêmio Oscarito, da Câmara Municipal de Fortaleza, no 19º Cine Ceará, em julho deste ano.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Destilaria do Groove

Grupo agita noite no bairro mais boêmio de Sampa

Crédito: myspace.com/destilaria

Por Silvio Luz

Há algum tempo animando casas de shows e festas de Sampa, a banda paulistana Destilaria do Groove não perde o fôlego e encerra 2009 com muito groove, samba e salsa no Urucum Espaço, em plena boemia da Vila Madalena, nesta sexta (18/12), a partir das 22h. Em suas músicas, o grupo mistura referências que vão de Pixinguinha e James Brown até Chico Science e Tom Zé.

Os ritmos latinos, com raízes em Cuba, também não ficam de fora do repertório construído para agitar até os mais enferrujados. A música Cubancheiro é uma boa pedida. Clique aqui e escute um pouco do estilo da banda no MySpace.

Formado em 2003, o Destilaria do Groove não dispensa o principal objetivo: aliar a agitação da noite paulistana com a boa música recheada de arranjos e solos bem delineados. O grupo é formado por Bruno Duarte (bateria), Samuel Samuca (baixo), Zanga Reis (guitarra), Pedro Lahoz (piano), Vinicius Peba (trombone), Gabriel Toledo (piston e voz), P.C. Sevira (percussão) e Remi Chatain (saxofone).

Dia 18/12, a partir das 22h.

Entrada: R$ 10,00 (mulher) e R$ 12,00 (homem).

Urucum Espaço - Rua Belmiro Braga, 37, Vila Madalena; (11) 2309-7409; www.myspace.com/urucum

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Coletânea Prata da Casa

Lançamento traz destaques dos 10 anos do projeto

Crédito: mondopop.net

Por Silvio Luz

O Projeto Prata da Casa, que destaca os nomes em ascendência no cenário musical brasileiro, completou 10 anos de existência em agosto deste ano. Tendo como palco o Sesc Pompéia, em Sampa, a experiência coleciona números surpreendentes: 410 grupos/artistas foram vistos por um público estimado de 130 mil pessoas. Para comemorar, o selo Sesc lança nesta sexta (18/12) uma coletânea com shows pra lá de especiais.

Com entrada franca, o lançamento do CD - que tem participações dos artistas que celebraram a década de sucesso do projeto - contará com as apresentações de Fabiana Cozza, Quinteto em Branco e Preto, Mariana Aydar, Cérebro Eletrônico, Rubi, Turbo Trio (de BNegão) e a mistura de rap com samba e reggae do mineiro Renegado (foto).

Os shows ocorrem no já consagrado palco da Choperia e os ingressos devem ser retirados com 2 horas de antecedência.

Dia 18/12, às 21h.

Entrada franca.

Sesc Pompéia - Rua Clélia, 93; (11) 3871-7700; www.sescsp.org.br/sesc

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Karnak

Abujamra e companhia: música intuitiva em Sampa

Crédito: myspace.com/andreabujamra

Por Silvio Luz

Música pop e rock, influências intuitivas e pesquisas musicais destituídas de preconceitos. Estes são os ingredientes utilizados pela banda Karnak, liderada pelo músico e compositor André Abujamra. Formada há mais de 15 anos, exatamente em 1992, a Karnak já lançou três discos mais um CD duplo gravado ao vivo - Os Piratas do Karnak -, em 2003. Neste sábado e domingo (12 e 13/12), Abujamra e companhia sobem ao palco do teatro do Sesc Pompéia para apresentar alguns sucessos da discografia.

O improviso e a teatralidade estão sempre presentes nos shows da Karnak e são características marcantes desde o início da carreira. Além de Abujamra (voz e guitarra), a banda é formada por Marcos Bowie (voz, trompete), Hugo Hori (voz, sax e flauta), Eduardo Cabello (guitarra), Kuki Stolarski (bateria), Sergio Bartolo (baixo), James Muller e Mano Bap (guitarra).

E são muitas as histórias pra contar, depois de anos de carreira. Uma delas é sobre o pseudo-documentário chamado O Livro Multicolorido de Karnak, que apresenta uma turnê fictícia da banda pela China. O registro, na verdade, mostra um show que, supostamente, seria o último do grupo, em 2002. O filme entrou para a seleção da 30ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e hoje está disponível para download na internet. Clique aqui e visite a Comunidade da banda no Orkut.

Dia 12/12, às 21h e dia 13/12, às 18h.

Entrada: R$ 20,00, R$ 10,00 (meia-entrada) e R$ 5,00 (trabalhador no comércio e serviços matriculado no Sesc).

Sesc Pompéia - Rua Clélia, 93; (11) 3871-7700; www.sescsp.org.br/sesc

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Mama Gumbo de CD novo

Grupo experimental de Sampa faz festa de lançamento

Crédito: myspace.com/mamagumbomusic

Por Silvio Luz

O grupo paulistano Mama Gumbo, que faz uma mistura eclética e dançante com muito groove e jazz, está lançando um novo álbum, o Eletroroots. Bem, não é exatamente um lançamento, pois o disco foi produzido a duras penas, de forma totalmente independente. Mas independente mesmo, sem aquela história que rola na cena atual, de usar o termo "independente" apenas para se promover. A notícia boa é que os integrantes fazem uma festa nesta sexta (11/12), na A Gruta, no centro de Sampa, para comemorar o CD novo.

Durante a comemoração haverá distribuição de CDs e camisetas, projeções e algumas surpresas. "Somente com o apoio de amigos e da Ong Aarca, "lançar" talvez não seja o termo correto - uma vez que não temos gravadora, distribuidora, coletivo, nem nenhum apoio governamental. Talvez devêssemos chamar de festa de comemoração pelo material produzido, finalizado, pronto, mesmo que seja em CDR e montado manualmente pelos próprios integrantes, afinal o que importa é o som", diz o release oficial da banda.

Com 10 músicas, sendo 9 de autoria do próprio Mama Gumbo, o disco promete prosseguir nas experimentações mamagumbísticas e manter o astral que a banda leva para os palcos. Produzido e masterizado por Sergio Basseti, e mixado também por Basseti junto com Alex Cruz, o álbum - gravado em mais de 6 meses - já tem algumas faixas disponíveis para audição no MySpace. Em breve, as faixas estarão disponíveis para download no blog Periecos Brechó.

O Mama Gumbo - formado por Alex Cruz (teclados), Luiz Jesus (baixo), Márcio Bononi (percussão), Ricardo Mingardi (bateria) e Rodrigo Olivério (saxofone, flauta e efeitos) - já lançou outros dois discos, Tyfoid Flamin’ Beat e Vagarillo (2004) e Picadilha - Ao Vivo no Cidadão do Mundo (2007), sempre misturando diversas influências musicais, das latinas às africanas, das brasileiras às indianas e árabes.

Dia 11/12, às 22h.

Entrada: R$ 5,00.

A Gruta - Rua Major Quedinho, 112A, centro (próximo antigo prédio do Estadão); (11) 3321-0185.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Perusferia na TV Cultura

Metrópolis exibe reportagem sobre o Beco da Cultura

Crédito: Márcio Ramos

O programa Metrópolis, da TV Cultura, exibiu na última segunda (07/12) uma reportagem sobre o Perusferia - Artevismo no Beco, que transformou a Travessa Cambaratiba, em Perus, numa grande galeria a céu aberto. A ação foi uma iniciativa da Comunidade Cultural Quilombaque e Ecos - Comunicação em Sexualidade.

Beco da periferia de SP muda o visual
"Um Beco da periferia de SP na região de Perus teve seu visual mudado este fim de semana em virtude de um projeto da comunidade que uniu arte, grafite e música".

Assista:

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Céu em Sampa

Cantora fecha projeto Quartas Musicais Mabe

Crédito: myspace.com/ceuambulante

Por Silvio Luz

Fechando o projeto Quartas Musicais Mabe, que aconteceu uma quarta-feira por mês durante 2009, a cantora Céu sobe ao palco do Teatro das Artes, no Shopping Eldorado, em Sampa, nesta quarta (09/12), para cantar os maiores sucessos de sua carreira, como Roda, Malemolência, Lenda, entre outras. A paulistana já lançou dois discos, Céu e Vagarosa, o mais recente.

Jazz, reggae e hip hop são incorporados à musicalidade de Céu, que conseguiu se destacar com originalidade na chamada nova MPB. Desde os 15 anos, Maria do Céu Whitaker Poças - filha do maestro e compositor Edgar Poças - já manisfestava sua paixão pela música e pelo palco.

Clique aqui para ouvir Céu no MySpace e conhecer um pouco mais de sua trajetória. O projeto Quartas Musicais Mabe já recebeu nomes conhecidos de nossa música, como Luiza Possi, Mariana Aydar, Luciana Mello e Bruna Caram, entre outras atrações.

Dia 09/12, às 21h.

Ingressos: Platéia - R$ 40 e R$ 20 (meia-entrada); Balcão - R$ 30 e R$ 15 (meia-entrada).

Teatro das Artes - Shopping Eldorado (Avenida Rebouças, 3.970, 3º piso); www.shoppingeldorado.com.br/lazer_teatro

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Mais de 12 horas

Perusferia: 100 grafiteiros fazem galeria a céu aberto

Crédito: Márcio Ramos

Por Silvio Luz

Com a estimativa de mais de 5.000 pessoas circulando durante todo o evento Perusferia - Artevismo no Beco, no último sábado (05/12), a população viu surgir uma nova rua em Perus, bairro da zona noroeste de Sampa. Depois da intervenção de mais de 12 horas ininterruptas com mais de 100 grafiteiros - de São Paulo e também de outros estados -, a Travessa Cambaratiba, rua paralela à estação de trem Perus, foi transformada numa grande galeria de arte a céu aberto. O projeto foi realizado pela parceria de sucesso entre a Quilombaque e a Ecos.

Além do graffiti, o Beco da Cultura foi tomado por barracas de artesanato, brincadeiras e pinturas de rosto para crianças, shows, teatro, dança, percussão, poesia, discotecagens com a Phone Raps e muito mais. A intervenção artística Auto da Camisinha mostrou, de forma descontraída, a importância do uso do preservativo. Um stand da Ecos distribuía camisinhas, informativos e fitinhas da campanha do Laço Branco - Homens Pelo Fim da Violência Contra a Mulher, o tema do evento.

Antes dos shows de rap - com as participações impactantes de Marechal, Eli-Efi e Inquérito - o grupo de dança-afro Dandara deu conta do recado ao representar a cultura africana ao lado do grupo de percussão Filhos de Abuaye. E a poesia não ficou de fora. O Literatura Suburbana subiu ao palco - cedido pela SPTuris - para declamar seus versos com segurança e consciência.

Ciranda e reggae

Outras atrações da noite foram as bandas Sudaca (hip-hop rock) e Amandla (rap) e o grupo de poesia Elo da Corrente. Antes do reggae do DaMata, de Pirituba, contagiar a galera com muita positividade, o grupo teatral Girandolá, de Francisco Morato, pôs todo mundo na roda da ciranda, com a participação especial de Seu Júlio na cantoria. A animação foi tanta que os gritos de bis impulsionaram uma roda de côco para finalizar a intervenção.

O DaMata subiu ao palco por volta das 22h e transmitiu ainda mais boas vibrações para o público. Mesclando canções próprias com covers de Bob Marley, por exemplo, a banda também manteve um diálogo de paz e conscientização e frisou o combate à violência contra a mulher. Em seguida, o Cartel Central (rap), de Perus, encerrou o Perusferia falando da quebrada para a quebrada.

Por fim, um convite: visite a Travessa Cambaratiba e veja de perto a transformação de uma rua em um Beco da Cultura. Clique aqui e acesse o blog da Comunidade Cultural Quilombaque.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Funk Como Le Gusta

Samba-soul e funk no balanço paulistano

Crédito: divirta-se.correioweb.com.br

Por Silvio Luz

O Funk Como Le Gusta já está há dez anos na estrada desfiando o seu balanço cheio de funk, samba-soul e ritmos latinos e populares. E não se cansa de energizar os lugares por onde passa, com sua música alegre. O grupo se apresenta neste sábado e domingo (05 e 06/12), no Sesc Pompéia, em Sampa, e toca os maiores sucessos da carreira.

O FCLG ganhou destaque na cena musical brasileira ao mostrar em suas canções as raízes latinas do samba, o ska e o funk tradicional, misturando ritmos e deixando perceptíveis as influências do jazz e da música eletrônica. O grupo também foi precursor das jam sessions com grande número de cantores, instrumentistas e DJs brasileiros.

Para ouvir o Funk Como Le Gusta no MySpace, clique aqui. A banda é formada por Reginaldo 16 (trompete e vocal), Juliano Beccari (teclado e vocal), James Muller (vocal), Emerson Villani (guitarra e vocal), Hugo Hori (flauta, saxofone e vocal), Kuki Stolarski (bateria), Sérgio Bartolo (contrabaixo), Kito Siqueira (saxofone), Marcelo Cotarelli (trompete) e Tiquinho (trombone).

Dia 05/12, às 21h; dia 06/12, às 18h.

Entrada: R$ 20,00, R$ 10,00 (meia) e R$ 5,00 (trabalhador no comércio e serviços matriculado no Sesc).

Sesc Pompéia - Rua Clélia, 93; (11) 3871-7700; www.sescsp.org.br

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Vozes Femininas

Karina Buhr: originalidade e talento de sobra

Crédito: myspace.com/karinabuhr

Por Silvio Luz

O sotaque pernambucano é apenas um detalhe - marcante, diga-se de passagem - da cantora Karina Buhr, líder do grupo Comadre Fulozinha, e que, há pouco tempo, decidiu experimentar o gostinho da carreira solo. E está sendo bem sucedida. Nesta quinta (03/12), ela sobe ao palco do Centro Cultural São Paulo, no projeto Vozes Femininas, para apresentar seu disco inédito, lançado neste ano.

Sua banda não tem formação convencional e se destaca na nova produção musical brasileira. Sem guitarras e violões, as canções são construídas com baixo (Mau), bateria (Bruno Buarque), sopros (Guizado no trompete) e teclados (Dustan Gallas). Clique aqui para ouvir Karina Buhr no MySpace.

Um dos comentários da crítica atesta a autenticidade de Karina e o seu poder com os microfones. A jornalista Patrícia Palumbo diz: "Tem que ouvir agora mesmo Karina Buhr! Uma jovem compositora, cantora pernambucana e percussionista. Um encanto. Canta bonito, escreve letras únicas, tem uma sonoridade incrível, nova, original".

Dia 03/12, às 21h30.

Entrada franca.

Centro Cultural São Paulo - Rua Vergueiro, 1.000, Paraíso; (11) 3397-4002; www.centrocultural.sp.gov.br

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Perusferia - Artevismo no Beco

Beco da Cultura: graffiti e arte tranforma rua


Por Silvio Luz

O “Perusferia - Artevismo no Beco”, realizado pela ECOS e a Comunidade Cultural Quilombaque, é um evento cultural gratuito que mistura graffiti, shows, teatro, circo, feira de artesanato e levanta bandeiras pelo fim das violências. A intervenção de mais de 12 horas acontece no dia 05 de dezembro (sábado), das 9h às 22h, na Travessa Cambaratiba – que se transformará no Beco da Cultura –, em Perus, zona noroeste de São Paulo.

Mesclando Arte e Ativismo, por meio de variadas intervenções culturais, o Perusferia revitalizará a Travessa Cambaratiba (rua sem saída próxima à estação de trem Perus) - que atualmente é cenário de todo tipo de violência. A proposta do evento é promover a campanha dos 16 dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra as Mulheres. A campanha, de forte impacto no mundo, luta pela erradicação deste tipo de violência e pela garantia dos direitos humanos.

Travessa Cambaratiba hoje

Durante o dia, mais de 100 grafiteiros(as) de São Paulo e também de outros estados realizarão intervenções com graffiti nos muros de ambos os lados do Beco. A partir das 14h, diversas atrações vão tomar conta da rua, com shows de música, teatro, circo, dança, exposição, feira de artesanato, poesia e muito mais.

Entre as atrações convidadas estão Marechal (rap), DaMata (reggae), Amandla (rap), Cartel Central (rap), Sudaca (soul e blues), Inquérito (rap), Grupo Cultural Dandara (dança afro), Grupo Filhos de Abuaye (percussão), Literatura Suburbana e Elo da Corrente (poesia), Eli-Efi (rap), Trupe Liudes (circo) e discotecagens com Phone Raps e o DJ Hadji.

Sobre os realizadores

Ecos – Comunicação em Sexualidade

ECOS - Comunicação em Sexualidade é uma organização não-governamental com 20 anos de atuação consolidada na defesa dos direitos humanos, com ênfase nos direitos sexuais e direitos reprodutivos, em especial de adolescentes e jovens, com a perspectiva de erradicar as discriminações relativas a gênero, orientação sexual, idade, raça/etnia, existência de deficiências, classe social.

Comunidade Cultural Quilombaque

A Comunidade Cultural Quilombaque é um espaço criado por jovens do bairro de Perus, zona noroeste de São Paulo, em 2005, para abrigar diversas manifestações artísticas e culturais. Construindo um lugar onde as pessoas são livres para pensar e criar, a Quilombaque se reserva o direito de interferir no dia a dia do bairro e de seus moradores por meio da arte e da vontade de transformar e de apresentar novos significados. O espaço é aberto para todos que queiram contribuir com as manifestações culturais de Perus e região, com propostas, sugestões, ideias e muita arte. Através do resgate, da promoção e difusão da arte e da cultura brasileiras, a Quilombaque pretende contribuir para a mudança da realidade do bairro, que tem pouquíssimas opções de lazer.

AGENDA
Evento: Perusferia – Artevismo no Beco
Quando: 05 de dezembro de 2009
Local: Travessa Cambaratiba – Perus - (referência: estação de trem Perus - CPTM)
Horário: 9hs – 22hs – Gratuito

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Rabecas e violas

Tradição renovada: Siba, Roberto Corrêa e disco inédito

Crédito: myspace.com/sibaeafuloresta

Por Silvio Luz

Além do trabalho de anos com o grupo Siba e a Fuloresta, agora o pernambucano Siba (foto) se une ao mineiro-brasiliense Roberto Corrêa para lançar o disco Violas de Bronze, no Auditório Ibirapuera, em Sampa, nesta sexta (27/11), às 21h. No álbum e no show é possível conferir a junção da viola de Roberto com a rabeca de Siba, com a renovação da técnica e estilo de seus instrumentos.

Até o álbum ficar pronto foram oito anos de intenso trabalho para que o resultado final pudesse traduzir a fusão primorosa dos estilos de ambos os músicos, que imprimem em suas produções a originalidade das tradições brasileiras. Entre as composições do disco estão Caninana do Papo Amarelo e Jararaca Chateadeira, de Roberto, e Casa de Reza e Da Espera, de Siba.

Selecionado pelo Programa Petrobras Cultural, o projeto dá voz aos poetas populares e passeia pelas cantorias das violas mineira e pernambucana, brincando com os versos de forma descontraída e singular. A cultura popular agradece por mais este trabalho de peso.

Rabecas e violas

O release do Auditório Ibirapuera sobre o show traz uma pequena contextualização com a história da rabeca e da viola no Brasil. Confira:

Rabeca e viola são instrumentos que foram introduzidos no Brasil desde a colonização, e tem ampla utilização nas tradições populares em todo o território brasileiro. Encontrados juntos em diversos conjuntos musicais e folguedos, sua presença na música popular brasileira urbana tem, no entanto, história mais ou menos recente e desenvolvimento independente.

Enquanto a viola acompanhou a ascensão da música caipira no centro-oeste e sudeste e alcançou um público cada vez maior, a rabeca continuou restrita aos folguedos populares rurais, só começando a ser utilizada fora de seu ambiente original nos anos 70.

Recentemente, a rabeca e a viola mais uma vez tiveram sua área de influência expandida através do trabalho inovador de uma nova geração que, a partir dos anos 90, conseguiu, baseada na ligação profunda com suas respectivas tradições regionais, abrir caminho para novos horizontes de utilização destes instrumentos.

No centro-oeste, Roberto Corrêa introduziu a viola no ambiente da música instrumental de concerto, realizando paralelamente um profundo levantamento do repertório tradicional de recursos técnicos e timbrísticos do instrumento. No nordeste, utilizando as técnicas e estilo tradicionais da zona da mata pernambucana, Siba foi um dos primeiros a utilizar rabeca no ambiente da música popular urbana, abrindo caminho para diversos músicos que o sucederam.

Dia 27/11, às 21h.

Ingressos: R$ 30,00 e R$ 15,00 (meia-entrada).

Auditório Ibirapuera - Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, Portão 2 do Parque do Ibirapuera; (11) 3629-1014/1075; www.auditorioibirapuera.com.br

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Amor e Roquenrol

Graveola e Dead Lover's: mistureba da boa

Crédito: Luisa Rabello

Por Silvio Luz

Os belorizontinos das bandas Graveola e o Lixo Polifônico e The Dead Lover's Twisted Heart gostam mesmo é de fazer misturebas bregas, amorosas e polifônicas, sempre com amor e ronk'n'roll. Neste sábado (28/11), os dois grupos se juntam em BH para encerrar o forumdoc.bh.2009, no encontro intitulado Gravelover's. A primeira edição da festa, que aconteceu há um ano, contou com boa recepção do público e deixou um gostinho de quero mais.

Dialogar entre os estilos, que numa primeira audição podem parecer diversos, é o principal motivo desta impactante junção. “De um tempo pra cá, temos aprendido muito com a ‘atitude’ do rock, a energia, e nosso som absorve isso numa outra roupagem”, diz Marcelo, do Graveola. “Rola também uma interseção do público que é muito bacana de perceber. Não são guetos fechados, e o diálogo é totalmente possível e proveitoso”, afirma Guto, do Dead Lover´s.

O slogan Amor e Roquenrol foi escolhido para sintetizar os traços característicos de cada banda: existe uma tendência romântico-brega presente tanto na polifonia do Graveola quanto no rock-rústico dos Deadlover´s, que inclui Roberto e Erasmo Carlos, Odair José, Cauby Peixoto e todos os românticos incompreendidos.

Ouça Graveola e Dead Lover's no MySpace. E clique aqui para conferir um dos teasers do Gravelover's.

Dia 28/11, às 22h.

Entrada: R$ 12,00 (antecipado) e R$ 15,00 (no local).

Odeon Espaço Cultural - Rua Tenente Brito Melo, 254, Barro Preto, Belo Horizonte.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Ilú Obá De Min

Sarau Astronômico mistura percussão com telescópios

Crédito: myspace.com/bandafemininadepercussoilobdemin

Por Silvio Luz

Na programação especial do Dia da Consciência Negra o que não falta é dica cultural de qualidade em Sampa. Um dos eventos imperdíveis é o Sarau Astronômico, neste sábado (21/11), às 21h, no Planetário do Parque do Ibirapuera. O público será convidado a observar o céu noturno na cúpula do planetário, enquanto lendas e mitos astronômicos são narrados. Para completar, a banda Ilú Obá De Min, formada apenas por mulheres percussionistas, aquece os tambores e exalta a cultura africana.

O grupo foi formado em 2004 a partir da ideia das pesquisadoras e arte-educadoras Beth Beli e Adriana Aragão, na oficina de toques masculinos e femininos dos orixás. Elas pesquisam há mais de 20 anos as manifestações das culturas de matrizes africanas e afro-brasileiras. A banda é composta por 20 mulheres ritmistas, 4 cantoras e corpo de dança. Para conhecer um pouco mais sobre o trabalho do bloco de percussão, clique aqui.

Dia 21/11, às 21h.

Entrada franca. Retirar ingresso com 1 hora de antecendência; 290 lugares.

Planetário do Ibirapuera - Avenida Pedro Álvares Cabral, s/nº, portão 10 do Parque do Ibirapuera para pedestres e portão 03 para estacionamento; (11) 5575-5425.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Ponto de Cultura

Quilombaque e CEPODH: semente plantada gera frutos

Perus, zona noroeste de Sampa

Por Silvio Luz

O salão nobre da Secretaria de Cultura de São Paulo estava lotado. As pessoas enchiam todos os cantos do espaço para ouvir o anúncio dos 300 Pontos de Cultura do Estado, na última segunda-feira (16/11). Depois de alguns discursos, veio a ansiedade por ouvir o nosso nome em alto e bom som. A apreensão era tão grande que tremer era inevitável e roer as unhas então, nem se fala. Mas dessa vez não houve engano: o CEPODH e a Comunidade Cultural Quilombaque conquistaram o Ponto de Cultura, com muita comemoração e direito à lágrimas, gritos de euforia e largos sorrisos.

Parabéns a todos que se envolveram no processo de construção deste projeto. Parabéns a todos que estão sempre conosco e compartilham o ideal de mudar o mundo por meio da arte, da cultura e da educação. Perus e região nunca mais serão os mesmos. A palavra REVOLUÇÃO aparece muitas vezes por aqui, mas não há como não perguntar sempre: quer armas melhores do que estas que temos em mãos?

A conquista é mais do que merecida, e não é só nossa. É de todo um bairro, de toda a região noroeste e municípios vizinhos. É de pessoas comprometidas com a transformação de um lugar, de vidas, de pontos de vista. Nossas ideias estão em ebulição, comemorando entusiasticamente a certeza da mudança e da vitória. Viva o Centro Cultural Quilombaque! Viva a todos nós, guerreiros, resistentes, que não deixam os obstáculos ser maiores do que os queremos! Hasta la victoria siempre!

Para conferir a lista dos 300 Pontos de Cultura selecionados, clique aqui. Abaixo segue um poema emocionado de Nado Itaguary, integrante do grupo Amigos da Sandice e presidente do CEPODH:

Um ponto que marcará um ponto,
Um ponto de cultura na gente,
Um ponto de expressão diversificado,
Um ponto de afirmação, antes uma interrogação,
Um ponto de tu e de todos,
Um ponto comum, de comunidade,
Um ponto negro, de raça, de graça, de alegria,
Um ponto que cê pode participar,
Um ponto de encontro, de café, de idéias, de práticas,
Um ponto de paz, de aconchego, de luz,
Um ponto de vai e vem, perto da estação de trem de Perus,
Um ponto de mudanças, de reencontros com nossas raízes culturais,
Um ponto de manifestação do não ser, dos sem nada, dos daqui antes da ponte da marginal,
Um ponto no corpo livre, livre de toda a exploração do capital e da alienação da "indústria cultural",
Um ponto perto de nós, um ponto pra nós, um ponto do Estado de São Paulo, um ponto do Brasil,
Um ponto que vale mais que um quilo, vale um Quilombo, uma Quilombaque, uma resistência, um sonho, uma luta, uma rebeldia,
Um ponto, não um ponto qualquer, um ponto de questionamentos, de perguntas, de criticidade, de democracia, de partilha, de experiências, de solidariedade, de VIDA.

Para conhecer mais sobre o trabalho da Comunidade Cultural Quilombaque, em Perus, clique aqui. E aí vai um aviso: Perus e região nunca mais serão os mesmos, e está de vez no calendário cultural de Sampa!

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Banda Gentileza

Curitibanos lançam disco de estreia na terra da garoa

Crédito: myspace.com/bandagentileza

Por Silvio Luz

Sonoridade do Leste Europeu, valsa, música caipira, samba, bolero. Tudo isso costurado pelo velho e bom rock'n'roll. Esta é a receita do sucesso do sexteto curitibano Banda Gentileza, que lança seu primeiro disco, homônimo, neste sábado (14/11), no Espaço + Soma, em Sampa. O grupo ainda vai contar com uma participação para lá de especial, o DJ Plínio Profeta.

Plínio foi o responsável pela produção do disco dos curitibanos e tem grande responsabilidade pelo resultado final. O produtor já foi agraciado com um troféu do Grammy Latino, pelo disco Falange Canibal, de Lenine. Antes do disco de estreia, a Banda Gentileza já havia lançado dois EPs ao vivo por meio do projeto A Grande Garagem que Grava, em 2005 e 2007.

O álbum inédito foi disponibilizado para download gratuito na internet e teve todo o seu processo de gravação divulgado via streaming e pelo diário da banda no site da Agência Alavanca. Banda Gentileza já trabalhou com artistas como Lucas Santtana, Tiê, Pedro Luis e a Parede, Katia B., O Rappa, Pavilhão 9, Xis, Fernanda Abreu, entre outros.

Para ouvir as canções da Banda Gentileza - formada por Artur Lipori (trompete, guitarra, baixo e kazuo), Diego Perin (baixo e concertina), Diogo Fernandes (bateria), Emílio Mercuri (guitarra, violão, viola caipira, ukelelê e voz de apoio), Heitor Humberto (voz, guitarra, violino e cavaquinho) e Tetê Fontoura (saxofone e teclado) -, clique aqui.

Dia 14/11, a partir das 20h.

Ingressos: R$ 10,00.

Espaço + Soma - Rua Fidalga, 98, Vila Madalena; (11) 3034-0515; www.maissoma.com

Remelexo de Dominguinhos

Forró e rastapé: sanfoneiro canta sucessos em Sampa

Crédito: dominguinhos.art.br

Por Silvio Luz

Quem nunca viu uma apresentação ao vivo de Dominguinhos, que dispensa comentários quanto a sua maestria na sanfona, não pode perder esta oportunidade. O músico e compositor chega a São Paulo nesta sexta (13/11) para show na casa Remelexo Brasil, na zona oeste da cidade, acompanhado do Trio Raiz. Ele vai embalar o público com seu forró, cantando os maiores sucessos da carreira.

Discípulo de Luiz Gonzaga, Dominguinhos é considerado hoje um dos mais criativos e talentosos sanfoneiros do país. Sua vocação para a música revelou-se desde muito cedo: com apenas oito anos de idade já tocava e compunha. Pernambucano de Garanhuns, José Domingos de Morais nunca abandonou suas origens e sempre divulgou com muito valor a música nordestina.

Clique aqui para acessar o site oficial de Dominguinhos.

Dia 13/11, a partir das 23h.

Ingressos: inteira (R$ 24,00 homem e R$ 16,00 mulher); flyer/lista (R$ 18,00 homem e R$ 10,00 mulher) e meia-entrada (R$ 12,00 homem e R$ 8,00 mulher).

Remelexo Brasil - Rua Paes Leme, 208, Pinheiros, em frente ao Sesc Pinheiros; (11) 3034-0212; www.remelexobrasil.com.br

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Bonecos gigantes

O Estrangeiro traz Siba, Nação Zumbi e Zeca Baleiro

Crédito: sescsp.org.br/sesc

Por Silvio Luz

O Vale do Anhangabaú, importante cartão postal da cidade de Sampa, vai sediar o evento O Estrangeiro nesta quinta e sexta-feira (12 e 13/11), com entrada franca. Bonecos infláveis gigantes, dos grafiteiros OSGEMEOS, vão ser expostos enquanto as bandas Siba e a Fuloresta e Nação Zumbi e o cantor Zeca Baleiro sobem ao palco montado no meio da praça. A festa faz parte das comemorações do Ano da França no Brasil.

Durante os dois dias, os franceses do grupo Plasticiens Volants vão dar vida ao personagem O Estrangeiro, que foi grafitado por Gustavo e Otávio Pandolfo (OSGEMEOS) em uma parede lateral de um edifício do Vale do Anhangabaú. Comparado às milhares de pessoas que trafegam pelo centro da cidade todos os dias, cada uma com um quê de solidão, a ideia é ensinar os primeiros passos para o boneco gigante, enquanto ele interage com outros personagens: uma mosca, uma serpente e um pássaro.

Siba e a Fuloresta é um grupo de Pernambuco, formado em 2002, que valoriza as raízes nordestinas que estão por toda parte em Recife. Como diz o próprio Siba, "Nunca entendemos nosso passado ou nossas tradições como uma gaiola. Pelo contrário, nossa tradição nos oferece um vasto vocabulário, e nós nos esforçamos para usá-lo todo dia e a noite toda. É impossível reproduzir a maneira como envolvemos toda a comunidade na poesia e nas danças durante a noite toda, mas na hora ou nos 90 minutos que os festivais oferecem temos uma grande oportunidade de mostrar nosso impacto musical". Para ouvir a banda no MySpace, clique aqui.

Dias 12 e 13/11, a partir das 18h.

Quinta - Siba e Nação Zumbi; Sexta - Siba e Zeca Baleiro.

Entrada franca.

Vale do Anhangabaú - centro de São Paulo.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Samba com MPB

Mariana Aydar esquenta Quartas Musicais

Crédito: Nuno Rodrigues/Divulgação

Por Silvio Luz

A cantora Mariana Aydar, elogiadíssima por público e crítica pelos dois discos já lançados - Kavita 1 e Peixes, Pássaros, Pessoas (o mais recente) - sobe ao palco do Teatro das Artes, no Shopping Eldorado, em Sampa, no dia 18/11, dentro do projeto Quartas Musicais Mabe. Ela chega com um repertório bem delineado por sua voz segura e destacada, cantando canções como Zé do Caroço, Kavita 1, Peixes Pássaros Pessoas, Minha Missão, Beleza, entre outras.

Mariana, filha de pais artistas - a mãe, Bia Aydar, produziu muitos artistas brasileiros durante anos, e o pai, Mario Manga, é produtor e multiinstrumentista - se acostumou desde cedo com o palco e os bastidores dele, construindo de forma natural a cantora que hoje se apresenta com uma desenvoltura e carisma ímpares. O elogio de Caetano Veloso para o seu mais recente álbum, que reforça a proeza de passear entre o samba e a MPB com muita originalidade, é apenas um dos indícios de seu talento.

A temporada 2009 do Quartas Musicais Mabe, com show em uma quarta-feira de cada mês, já contou com shows de revelações e consagradas artistas da MPB, como Bruna Caram, Luciana Mello e Luiza Possi. A última apresentação do projeto está marcada para 20 de dezembro.

Clique aqui para ouvir Mariana Aydar no MySpace.

Dia 18/11, às 21h.

Entrada: Platéia (R$ 40,00 a inteira e R$ 20,00 a meia-entrada), Balcão (R$ 30,00 a inteira e R$ 15,00 a meia-entrada).

Tetro das Artes - Avenida Rebouças, 3970, 3º piso do Shopping Eldorado; (11) 2197-7810; www.shoppingeldorado.com.br/lazer_teatro

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Mustang Bar

Stela Campos: futurismo e psicodelia

Crédito: myspace.com/stelacampos

Por Silvio Luz


A paulistana Stela Campos lançou recentemente o disco Mustang Bar e está empenhada na divulgação, não só em Sampa, mas também por outras cidades. Neste sábado (14/11), ela se apresenta na Funhouse, com o show que vem impressionando um número cada vez maior de pessoas. No novo trabalho, a cantora e compositora revela um caleidoscópio impactante, que vai do kraut rock às misturas brasileiras, passeando pelo futurismo retrô e pelo folk.

Nos shows, ela é acompanhada pelo guitarrista Clayton Martin (Cidadão Instigado), o baixista Missionário José (Lulina) e o baterista Vini Pardinho. O repertório traz novidades como Two of a Kind, lado B do recém-lançado single Ligia Hello Kitty, disponível no site oficial da cantora.

Nos anos 90, Stela integrou o cultuado projeto de um disco só - Funziona Senza Vapore -, formado por ex-integrantes do Fellini. Também esteve à frente da guitar band Lara Hanouska, reformada em Recife na época que o manguebeat estourava. Durante a longa estadia na cidade, colaborou com os principais nomes da cena, participando, entre outros projetos, da antológica trilha do longa-metragem Baile Perfumado. Mustang Bar é o quarto álbum da cantora que coleciona elogios da crítica à sua discografia: Céu de Brigadeiro (1999), Fim de Semana (2002) e Hotel Continental (2005).

Clique aqui para ouvir Stela Campos no MySpace.

Dia 14/11, às 23h.

Entrada: R$ 10,00 (mulheres) e R$ 15,00 (homens).

Funhouse - Rua Bela Cintra, 567, Consolação; (11) 3259-3793; www.funhouse.com.br

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Singelo e intimista

Elo da Corrente une rap, poesia e amor

Crédito: myspace.com/elodacorrente1

Por Silvio Luz

Quem foi que disse que rap e amor não combinam? O trio paulistano Elo da Corrente mostra que isso é mais do que possível, é necessário. Com uma poesia singela e intimista, o grupo foca suas canções no lirismo do hip hop. Neste sábado (07/11), Caio e Pitzan nos vocais e o DJ PG fazem show no Espaço +Soma, às 20h, em Sampa.

Formado em 2000, o Elo da Corrente só lançou o primeiro disco - Após Algumas Estações - depois de sete anos de carreira. Nesse período de maturação e experimentação, o trio fez muitas parcerias e participou de coletâneas e álbuns de grupos como Ascendência Mista, Paulo Napoli + Most e Munhoz, além de ter integrado o coletivo Rima Rhara.

Essa facilidade em transitar por outros projetos deve-se muito à diversidade que o grupo valoriza nos samples, que abrange jazz, soul, funk e música brasileira. Em 2008, participou de turnê das bandas 3 na Massa, Bodes & Elefantes, Mamelo Sound System e Maquinado. E não conseguem sossegar. Neste ano, os três participaram do projeto Missão de Pesquisas Folclóricas, no Centro Cultural São Paulo. A experiência resume-se na composição de músicas com base em fonogramas captados pelas viagens de Mario de Andrade nos anos 1930.

Para ouvir Elo da Corrente no MySpace, clique aqui.

Dia 07/11, às 20h.

Entrada: R$ 10,00.

Espaço +Soma - Rua Fidalga, 98, Vila Madalena; (11) 3034-0515; www.maissoma.com

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Duofel

Dupla faz pocketshow com repertório dos Beatles

Crédito: myspace.com/duofel

Por Silvio Luz

No lançamento do disco Plays The Beatles, a dupla Duofel, formada pelos músicos Fernando Melo e Luiz Bueno, faz inúmeras reverências ao quarteto que revolucionou a história da música. No pocketshow desta quinta-feira (05/11), na FNAC Paulista, às 19h, com entrada franca, os dois apresentam o melhor da produção musical dos Beatles.

Antigos integrantes da extinta banda de rock progressivo instrumental Boissucanga, Fernando e Luiz, autodidatas, já tocaram em circos, bares, restaurantes, churrascarias e muitos outros lugares, acompanhando cantores. Paralelamente a isso, também integravam o grupo de Tetê Espíndola. Agora, estão firmes e fortes na promoção da sonoridade do novo disco.

Para ouvir o duo no MySpace, clique aqui.

Dia 05/11, às 19h.

Entrada franca.

FNAC Paulista - Avenida Paulista, 901; (11) 2123-2000; www.fnac.com.br

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Jazz e funk de raiz

Funkalleros agita festa no Centro Cultural Consolação

Crédito: myspace.com/funkallerossp

Por Silvio Luz

Formada no início de 2008 por amigos que se encontraram em um curso de música, a banda Funkalleros - nome inspirado em tema do pianista Bill Evans - desfia uma teia bem amarrada de jazz, funk e soul, recheando as canções com muito groove. Esta é uma boa pedida para os fãs de música instrumental. O grupo se apresenta nesta quinta (05/11) no Centro Cultural Popular Consolação, em Sampa, às 23h.

Homenageando nomes como Aretha Frankiln, Michael Jackson, Curtis Mayfield, Erykah Badu, Chaka Khan e Prince, a banda tem em seu repertório músicas do pianista Herbie Hancock, do grupo Tower of Power, dos guitarristas John Scofield e Jeff Beck, do saxofonista Joshua Redman, entre outros. Para ouvir Funkalleros - formado por Marcelo D’Angelo (guitarra), PH Mazilli (baixo), Carlos Contreras (bateria), Marcelo Lemos (guitarra) e Alessa (vocal) - no MySpace, clique aqui.

Na mesma ocasião, a banda SlowFoDa também sobe ao palco do CCPC. Com pouco mais de um ano de estrada, Isabela Fernandez (vocal), André Mota (guitarra), André Henrique (baixo e vocal), Mauricio Caetano (bateria e vocal), Mauricio Fernandes (teclados), Daniel Nogueira (sax tenor, flauta e vocal) e Amilcar Rodrigues (trompete) incluem no set list canções de Amy Winehouse, Erykah Badu, Al Green, RH Factor, Soulive e Michael Jackson. Clique aqui para ouvir no MySpace.

Dia 05/11, às 23h.

Ingresso: R$ 12,00.

Centro Cultural Popular Consolação - Rua da Consolação, 1.897; (11) 2592-3317; www.ccpc.org.br/ccpc

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Choro na faixa

Projeto Choro da Casa homenageia ritmo brasileiro

Crédito: zerui.com.br

Por Silvio Luz

É preciso valorizar os ritmos brasileiros e os novos compositores! Este é o lema do projeto Choro da Casa, do Teatro Coletivo - antigo Teatro Fábrica-, em Sampa. Nesta quarta (04/11), a primeira edição da iniciativa traz um sexteto composto por Felipe Soares (acordeom e piano), Carlinhos Amaral (violão de 7 cordas), Marcel Martins (Cavaquinho) , Diego Baptista (violão de 6 cordas), Pimpa (percussão) e Sérgio Audi (flauta). A entrada é franca e a roda de choro acontece a partir das 21h.

A intenção do projeto é difundir os clássicos do choro, como as canções de Pixinguinha, Jacob do Bandolim e Valdir Azevedo, revelando também a produção musical menos conhecida desses compositores, além de apresentar os novos talentos do ritmo.

O choro não é, nem de longe, um estilo engessado e simplista. É, na verdade, um universo musical bem rico, contabilizando, desde as suas origens, em meados do século XIX, mais de 70.000 composições. Traduzindo em miúdos: há quase dois séculos uma média de 1 choro é composto a cada 4 horas por compositores brasileiros.

O projeto Choro da Casa vai durar dois meses, com apresentações de diversas rodas de choro, sempre às quartas-feiras. Anote os detalhes aí na agenda:

Dia 04/11, às 21h.

Entrada franca, 130 lugares.

Teatro Coletivo - Rua da Consolação, 1.623; (11) 3255-5922; www.teatrocoletivo.com.br

domingo, 1 de novembro de 2009

78 horas de teatro

Satyrianas traz overdose de teatro, música e cinema

Crédito: Divulgação

Por Silvio Luz

Você paga o quanto puder e assiste o quanto aguentar. O Satyrianas 2009, que acontece na Praça Roosevelt, centro de Sampa, começou na última sexta (30/10) e vai até segunda (02/11), promovendo 78 horas ininterruptas de teatro, música, cinema, dança e artes plásticas. A realização é da Cia. de Teatro Os Satyros, que comemora 20 anos de histórias e apresenta a 10ª edição da festa teatral.

Os Satyros mantêm a forma de pagamento do “ingresso consciente”, deixando que o espectador defina o valor do ingresso, com contribuição mínima de R$2,00 em todas as peças que incluem a programação dos teatros. Já a programação das tendas é totalmente gratuita.

Confira a divisão das quatro tendas do Satyrianas – Uma Saudação à Primavera:

- Dramamix: voltada à nova dramaturgia, autores convidados apresentam peças de até 20 minutos a cada hora;

- Visumix: espaço novo dedicado às artes plásticas, sob curadoria de Fábio Delduque, Jodel Godoy e Patrícia Godoy, com performances ao vivo de artistas de várias gerações;

- Residência: tenda livre onde grupos e diretores convidados ocupam e realizam intervenções e trabalhos;

- Palhaçada Geral na Lona: realizada pelo grupo Parlapatões, traz companhias circenses e suas tradicionais peças de teatro.

Para conferir toda a programação desta edição do Satyrianas e os endereços dos teatros e tendas, clique aqui.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

A Luz Negra de Takai

Vocalista do Pato Fu segue com turnê do novo DVD

Crédito: Divulgação

Por Silvio Luz

Em julho último, a cantora Fernanda Takai lançou o DVD solo Luz Negra, no qual reúne os grandes sucessos de Nara Leão e mais algumas canções inéditas. O trabalho é resultado do bem sucedido álbum Onde Brilhem os Olhos Seus. Neste sábado e domingo (31/10 e 01/11), ela sobe ao palco do Tom Jazz, em Sampa, dentro da programação do projeto Sons da Nova, da rádio de MPB Nova Brasil.

No repertório não vão faltar canções como Diz Que Fui Por Aí (Zé Keti e Hortênsio Rocha), Com Açúcar, Com Afeto (Chico Buarque), Insensatez (Tom Jobim e Vinícius de Moraes), entre outras preciosidades da música popular brasileira. O inusitado do show fica por conta das versões de There Must Be An Angel, do Eurythmics, Ordinary World, de Duran Duran, Ben, de Michael Jackson, Kobune, versão em japonês do clássico O Barquinho e Sinhá Pureza, do músico paraense Pinduca.

Na ocasião, Takai será acompanhada por muitos integrantes do Pato Fu, que formam a banda que a acompanha nos shows que reverenciam a produção de Nara, como John Ulhoa (guitarra, violão e vocais) e Lulu Camargo (teclados). Mariá Portugal (bateria, percussão e vocais) e Thiago Braga (baixo e violão) completam o time.

Para ouvir algumas músicas de Nara na voz de Fernandinha, clique aqui.

Dias 31/10 e 01/11, às 22h.

Ingressos: R$ 60,00.

Tom Jazz - Avenida Angélica, 2.331, Higienópolis; (11) 3255-0084; www.tomjazz.com.br

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Teatro e Serenata

Trovadores Urbanos cantam e encantam na janela

Crédito: myspace.com/trovadoresurbanos

Por Silvio Luz

A tradição da serenata ao pé da janela da amada, ou amado, não morreu. O grupo Trovadores Urbanos vai apresentar gratuitamente uma hora de canções de amor no foyer do Teatro Anhembi Morumbi, em Sampa, neste domingo (01/11), às 18h, no encerramento da temporada de dois meses da peça A Comédia dos Erros, inspirada na obra homônima de Shakespeare.

Entre as canções do repertório dos Trovadores estão Eu Sei que Vou te Amar (Vinicius de Moraes e Tom Jobim), Como é Grande o Meu Amor Por Você (Roberto Carlos) e Carinhoso (Pixinguinha e João do Barro). Depois da apresentação, o público vai poder assistir à peça (com ingressos a R$ 40,00), que narra os enganos dos diálogos entre dois irmãos gêmeos.

O grupo Trovadores Urbanos (clique aqui para ouvir serenatas no MySpace) fez sua primeira apresentação no Dia dos Namorados, 12 de junho de 1990, resgatando esta tradição e emocionando pessoas que, aos poucos, foram se desacostumando a este tipo de manifestação afetiva, principalmente numa cidade grande como São Paulo.

Os quatro músicos Maída, Juca Novaes, Eduardo Santhana e Valéria, seresteiros desde a infância, também fazem serenatas sob encomenda. Tocam e cantam em homenagens e comemorações diversas, sempre levando o romantismo em suas músicas. Já fizeram shows por todo o Brasil e também no exterior, e, na discografia, já têm seis CDs lançados.

Dia 01/11, às 18h.

Entrada franca.

Teatro Anhembi Morumbi - Rua Dr. Almeida Lima, 1.134, Brás; (11) 2081-5924/2872-1457; www.teatroanhembimorumbi.com.br

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Humor ácido

Cartunistas Paulo e Chico Caruso unem política e riso

Crédito: auditorioibirapuera.com.br

Por Silvio Luz

A sátira e o humor ácido, muitas vezes, surtem mais efeito do que as críticas sérias e rígidas. É nesta linha que os irmãos cartunistas Paulo e Chico Caruso sempre trabalharam. Agora, o espetáculo do riso sai das páginas dos jornais e cai de pára-quedas no palco do Auditório Ibirapuera, em Sampa, nesta sexta e sábado (30 e 31/10). Numa hilariante homenagem ao Ano da França no Brasil, os dois se apresentam com a banda chamada Hugo Chaves de Cadeia e sus Morales sin Correas con Zelaya en Honduras Penas Nicarágua vão rolar (ufa!).

O espetáculo recebe o nome de "Brasil, Saindo à Francesa - De D. João a Napoleão, 200 Anos de Esculhambação" e apresenta composições jazzísticas regadas com o melhor da sátira política improvisada por seus integrantes. Paulo e Chico fazem uma irreverente retrospectiva de temas históricos que levam à corrupção brasileira, divididos em cinco momentos: Brasil Colônia, França no Brasil, Nação sem Noção de Nação, Novo Mundo Velho e o Grand Finale, com a música 500 anos de Corrupção.

A dupla, que não perdoa ninguém com suas charges, sobe ao palco acompanhada do também chargista Aroeira, Nanando, Sergio, Fernando Barros e Luis Manoel Guimarães.

Dias 30 e 31/10, às 21h.

Entrada: R$ 30,00 e R$ 15,00 (meia-entrada).

Auditório Ibirapuera - Avenida Pedro Álvares Cabral, s/nº, Portão 2 do Parque do Ibirapuera; (11) 3629-1014; www.auditorioibirapuera.com.br

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Mamelo Sound System

Sexta Sonora: show mistura hip-hop, dub e jazz

Crédito: Divulgação

Por Silvio Luz

Com rimas fortes e contestadoras, o hip hop do Mamelo Sound System também abre novos horizontes para o gênero. Rodrigo Brandão e Lurdez da Luz, acompanhados dos instrumentistas Prof. M. Stereo e DJ PG, também passeiam pelo dub jamaicano e pelo jazz. O grupo se apresenta nesta sexta (30/10), às 20h, no Centro Cultrural da Juventude, em Sampa, dentro da programação do Sexta Sonora e Outubro Independente. A entrada é gratuita.

O nome Mamelo Sound System é uma referência aos grupos que animavam festas e bailes na Jamaica, e o primeiro disco, homônimo, saiu em 2000 com participações bem especiais, como Nação Zumbi, Mundo Livre S/A, Paula Lima, DJ Marky, a dupla Thaíde & DJ Hum e o MC Rappin’ Hood. Em 2006, a banda lançou outro álbum, o Velha-Guarda 22.

Na entrevista abaixo, concedida a este repórter no começo do ano, Rodrigo Brandão fala sobre o papel do grupo no cenário musical brasileiro, letras conscientizadoras, parcerias, entre outros assuntos.

Qual o papel do Mamelo Sound System no hip hop brasileiro? Em matéria de som, muitas vezes aqui no Brasil costuma-se valorizar mais o hip hop que vem de fora do que o tupiniquim, não?

Rodrigo Brandão - Nosso papel é transformador, porque muita gente que não ouvia rap nenhum passa a ter um contato amistoso com o gênero depois de entrar em sintonia com a nossa música. Sobre a valorização maior dos gringos perante os nativos é real, mas se explica: realmente é bizarra a diferença. Para cada disco bom de rap que sai aqui, lá são 100 ou mais - tão bons ou melhores que os daqui. Fora isso, tem um bloqueio surdo, porque é raro encontrar espaço na mídia em geral pro hip hop daqui. Realmente se trata de uma forma de arte que caminha aos trancos e barrancos, mas estamos aí para criar novas realidades.

Vocês já fizeram parcerias com diversos músicos brasileiros. Ainda falta alguém com quem gostariam de trabalhar, compor uma música ou fazer um show juntos?

Rodrigo Brandão - Podicrê. Parafraseando o Rei, "são tantas emoções" que a gente já teve a bênção de saborear que, principalmente, nos dias cinza elas nos ajudam a seguir em frente. A maioria das pessoas que admiro já fez som com a gente, de Hurtmold a Céu, passando pelo Akin, Espião, a rapa da Nação Zumbi sempre, só para citar os mais próximos. E mesmo assim a lista de músicos com quem sonhamos compartilhar palco e/ou estúdio é grande demais para citar aqui, mas posso falar de alguns, como Flora Purim, Martinho Da Vila, Wilson Das Neves, Bebeto (Tamba Trio), Siba, Alessandra Leão, Sanny Pitbull, Dom Salvador, Hermeto Paschoal e o Mano Brown.

As letras do grupo falam sobre conflitos, cidade grande, injustiças, só para ficar em alguns exemplos. Qual o principal objetivo de vocês com as composições? De quem são as letras?

Rodrigo Brandão - As letras são sempre escritas pela Lurdez e eu, mas às vezes rola de algum convidado também entrar com um verso. Zulu/Zumbi, por exemplo, foi assim. O Jorge Du Peixe escreveu a parte dele toda. E o nosso objetivo é injetar imagens que destoam do padrão consumista e corporativista vigente e que bomba na cabeça da população continuamente. Mas fazer isso de modo divertido, não como uma palestra, aula ou pregação. A busca é a elevação, a evolução espiritual, mas como diz um som antigo do Zero Quatro, "eu só poderia crer num Deus que dançasse". Então é como diz o refrão: "festa pelo direito de luta/luta pelo direito de festa". Beastie Boys e Public Enemy em mash-up pós-Matrix.
Qual a melhor definição para o afro-futurismo que vocês produzem? Seria uma espécie de vanguarda da música hip-hop que exalta as raízes africanas?

Rodrigo Brandão - Para mim tem a ver com o uso dos tambores, orgânicos e sintéticos, como fundação para um som de raízes profundas e antenas potentes, cuja alquimia sempre contém ingredientes psicodélicos. Tipo dançar break nos anéis de Saturno ouvindo um loop tridimensional do mais formoso ponto de macumba.
Aproveitando a pergunta, qual a importância de se valorizar a cultura e a música africanas e contribuir com uma parcela para o conhecimento de nossas principais influências?

Rodrigo Brandão - É aquela coisa que os ancestrais diziam sobre "aquele que não sabe de onde vem, não sabe para onde ir". E eu vou com Jorge Ben, o negócio é África-Brasil na cabeça!

Para ouvir músicas do Mamelo Sound System, acesse a página oficial do MySpace.

Dia 30/10, às 20h.

Entrada franca.

Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso - Av. Deputado Emílio Carlos, 3.641 (ao lado do terminal Cachoeirinha); (11) 3984-2466; escuta.estudiolivre.org

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Tom Zé

Irreverência e paisagens sonoras aportam no SESI

Crédito: dynamite.terra.com.br

Por Silvio Luz

Mesclando jovens revelações brasileiras com renomados nomes de nossa música, o projeto Quartas Musicais, do Teatro do SESI SP, apresenta nesta quarta (28/10), às 20h, o irreverente Tom Zé, com o show Estudando a Bossa - Nordeste Plaza. Com críticas sociais e econômicas e uma forte ligação com os jovens, o músico consegue fazer muito mais do que música, mas também é capaz de construir reflexões por meio do humor e das letras diretas e sarcásticas.

Sobre o movimento musical que marcou a década de 60, Tom Zé diz: "Foi a bossa nova que construiu a Ponte Rio-Niterói. Os princípios musicais, as ‘terminações femininas’ aplicadas à ponte resolveram problemas, permitindo uma engenharia ritmada que modificou as águas cariocas", associando o gênero aos elementos arquitetônicos do Rio.

Antes de cair de cabeça no estudo da bossa, Tom Zé voltou seu olhar para a história do samba e do pagode em disco anteriores. Em 2007, ganhou os prêmios Shell e Toddy pelo álbum Danç-Êh-Sá, elaborado a partir de uma pesquisa que aponta a obsessão da juventude em relação à música eletrônica e aos comportamentos hedonistas. Para ouvir algumas de suas canções, clique aqui.

Tom Zé sobe ao palco do Teatro SESI acompanhado da banda formada por Lauro Léllis (bateria), Renato Léllis (baixo e vocal), Jarbas Mariz (percussão, bandolim e vocal ), Cristina Carneiro (teclados e vocal), Daniel Maia (guitarra e vocal) e Luanda (voz).

Dia 28/10, às 20h.

Entrada: R$ 10,00 e R$ 5,00 (meia-entrada).

SESI SP - Avenida Paulista, 1.313, em frente à estação de metrô Trianon-Masp; (11) 3146-7405/7406; www.sesisp.org.br/centrocultural

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Entrevista - Paloma Parentoni

De tudo um pouco: produtora cultural sacode BH

Crédito: Divulgação

Por Silvio Luz

Não é de hoje que a mineira Paloma Parentoni faz de tudo um pouco em Belo Horizonte. Além de ser produtora musical e cultural, ela também assume as pick-ups em algumas festas - ao lado de Ricardo Koctus, baixista do Pato Fu -, dança, produz videoclipes, fotografa e toca no bloco de percussão Trovão de Minas - grupo de estudos da cultura popular - e o que mais vier em sua cabeça. Nesta semana, ela lançou o videoclipe Aqui, Ali, da cantora Roberta Campos. A direção primorosa deixou o clipe com acabamento singelo e lúdico.

A técnica utilizada foi a do Stop Motion, apenas com fotografias. O trabalho, que demorou três meses para ser finalizado, apresenta cenário de sucata feito pelo grupo Movimento Sucatrália. Além de Parentoni, participaram da produção Manuel Horta e Gabriel Caram. Veja o vídeo ao final do texto, mas antes confira uma entrevista exclusiva com Paloma Parentoni, na qual fala sobre videoclipes preferidos, carreira, fotografias, filmes e muito mais. Confira:

Como surgiu a ideia de usar casinhas e prédios feitos com caixa de papelão e outros objetos reciclados no clipe Aqui, Ali, de Roberta Campos?

Paloma Parentoni - A técnica do vídeo é stop motion. Uso somente fotografia e nunca liguei uma filmadora na vida. A vontade de fazer vídeos e o conhecimento da fotografia me incentivaram a trabalhar desta forma. A ideia do cenário é toda do Sucatrália. Na primeira reunião eu queria umas florzinhas que vi no Flickr deles. Daí o Pedro, que é o representante do grupo aqui no Brasil, me ofereceu o cenário todo. A minha primeira ideia era que fosse uma cidade, o resto foi por conta deles. Cheguei um mês depois na casa do Pedro e tinha lá, prontinha, uma cidade inteira.

Você já participou como atriz em videoclipes (como no do Koctus). Procura imprimir sempre alguma marca pessoal mesmo quando não está em frente às câmeras?

Paloma Parentoni - Sou vaidosa. O Koctus brinca que vai ter um momento que vamos ter que trocar de papéis... ele virar meu empresário e eu assumir definitivamente o papel de artista.

O que acha dos videoclipes que só apresentam a banda tocando?

Paloma Parentoni - Acho legal também. Mas não tenho nenhuma intenção de trabalhar com este formato.

Qual videoclipe você gostaria de ter produzido?

Paloma Parentoni - Strawberry Swing, do Coldplay (clique aqui para assistir), e também o Her Morning Elegance, da Oren Lavie (veja aqui). Esse queria ter atuado e produzido, acho sensacional!

Há um bom tempo o videoclipe já passou pela fase de ouro, que aconteceu na época da estreia da MTV no Brasil. Qual papel ele tem hoje?

Paloma Parentoni - Sempre me perguntam isso. Li uma entrevista na revista Outracoisa com o título "O vídeoclipe morreu". Faço vídeos por gostar de fazer, não tenho maiores intenções. Se não tivesse o Youtube, talvez exibiria na minha casa, para os amigos. Não sei classificar o papel do videoclipe hoje. Na minha vida, ele serve pra presentear com imagens as músicas e artistas que eu gosto. Deixo o rumo que os vídeos vão tomar por conta deles mesmos. Até agora estou indo bem. Sempre usei textos e trechos de músicas em minhas fotografias, por exemplo. No meu Flickr dá pra ver isso. Tento fazer o mesmo com os vídeos.

Você produz shows e espetáculos, dança, toca tambor e produz clipes. O que você tem vontade de fazer e ainda não fez? Cinema, assumir os microfones...

Paloma Parentoni - Tenho vontade de entrar mais na área do audiovisual, trabalhar com TV, documentário, cinema, etc., seja atuando ou produzindo. Assumir microfones para cantar não. Já fui apresentadora em um festival de BH, mas cantar realmente sei que não é pra mim. Tenho vontade de um monte de coisa, acordo todo dia querendo uma coisa nova, tenho uma inquietude que não passa, parece que busco algo que nunca vai chegar, tudo pra mim é novo, tudo quero saber. Talvez por isso tenha tantas vertentes artísticas. Trabalho 14 horas por dia, faço produção, aula de dança, monto sets de discotecagens, crio os roteiros, toco meus tambores, reúno com os amigos pra pensar novas coisas, assisto tudo de teatro e dança que tem na cidade e por aí vai... No fim do dia, como toda mulher, reclamo que não tenho tempo pra nada (risos).

Que obra audivisual não sai da sua memória? Como surgiu o interesse pelo registro de imagens?

Paloma Parentoni - Dois filmes não saem da memória: Uma Vida Iluminada (título em português), do diretor Liev Schreiber, e Frida, com direção de Julie Taymor. Venho assistindo aos pedaços de Frida e lendo muito Clarice Lispector para terminar o roteiro do próximo videoclipe, que capta em imagens a música Casa Vazia, de Ricardo Koctus. Aos 15 anos, pedi de presente a primeira câmera fotográfica. Desde então fotografo toda semana, comprei vários livros e fui estudando tudo sozinha. Uma boa imagem pode mudar o rumo do seu dia.

Para conhecer um pouco mais o trabalho da produtora cultural Paloma Parentoni, acesse seu MySpace. No twitter dela, também há diversas atualizações e novidades.

Assista agora ao videoclipe Aqui, Ali, de Roberta Campos, e aguarde as próximas direções de Parentoni: