sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Entrevista - Paloma Parentoni

De tudo um pouco: produtora cultural sacode BH

Crédito: Divulgação

Por Silvio Luz

Não é de hoje que a mineira Paloma Parentoni faz de tudo um pouco em Belo Horizonte. Além de ser produtora musical e cultural, ela também assume as pick-ups em algumas festas - ao lado de Ricardo Koctus, baixista do Pato Fu -, dança, produz videoclipes, fotografa e toca no bloco de percussão Trovão de Minas - grupo de estudos da cultura popular - e o que mais vier em sua cabeça. Nesta semana, ela lançou o videoclipe Aqui, Ali, da cantora Roberta Campos. A direção primorosa deixou o clipe com acabamento singelo e lúdico.

A técnica utilizada foi a do Stop Motion, apenas com fotografias. O trabalho, que demorou três meses para ser finalizado, apresenta cenário de sucata feito pelo grupo Movimento Sucatrália. Além de Parentoni, participaram da produção Manuel Horta e Gabriel Caram. Veja o vídeo ao final do texto, mas antes confira uma entrevista exclusiva com Paloma Parentoni, na qual fala sobre videoclipes preferidos, carreira, fotografias, filmes e muito mais. Confira:

Como surgiu a ideia de usar casinhas e prédios feitos com caixa de papelão e outros objetos reciclados no clipe Aqui, Ali, de Roberta Campos?

Paloma Parentoni - A técnica do vídeo é stop motion. Uso somente fotografia e nunca liguei uma filmadora na vida. A vontade de fazer vídeos e o conhecimento da fotografia me incentivaram a trabalhar desta forma. A ideia do cenário é toda do Sucatrália. Na primeira reunião eu queria umas florzinhas que vi no Flickr deles. Daí o Pedro, que é o representante do grupo aqui no Brasil, me ofereceu o cenário todo. A minha primeira ideia era que fosse uma cidade, o resto foi por conta deles. Cheguei um mês depois na casa do Pedro e tinha lá, prontinha, uma cidade inteira.

Você já participou como atriz em videoclipes (como no do Koctus). Procura imprimir sempre alguma marca pessoal mesmo quando não está em frente às câmeras?

Paloma Parentoni - Sou vaidosa. O Koctus brinca que vai ter um momento que vamos ter que trocar de papéis... ele virar meu empresário e eu assumir definitivamente o papel de artista.

O que acha dos videoclipes que só apresentam a banda tocando?

Paloma Parentoni - Acho legal também. Mas não tenho nenhuma intenção de trabalhar com este formato.

Qual videoclipe você gostaria de ter produzido?

Paloma Parentoni - Strawberry Swing, do Coldplay (clique aqui para assistir), e também o Her Morning Elegance, da Oren Lavie (veja aqui). Esse queria ter atuado e produzido, acho sensacional!

Há um bom tempo o videoclipe já passou pela fase de ouro, que aconteceu na época da estreia da MTV no Brasil. Qual papel ele tem hoje?

Paloma Parentoni - Sempre me perguntam isso. Li uma entrevista na revista Outracoisa com o título "O vídeoclipe morreu". Faço vídeos por gostar de fazer, não tenho maiores intenções. Se não tivesse o Youtube, talvez exibiria na minha casa, para os amigos. Não sei classificar o papel do videoclipe hoje. Na minha vida, ele serve pra presentear com imagens as músicas e artistas que eu gosto. Deixo o rumo que os vídeos vão tomar por conta deles mesmos. Até agora estou indo bem. Sempre usei textos e trechos de músicas em minhas fotografias, por exemplo. No meu Flickr dá pra ver isso. Tento fazer o mesmo com os vídeos.

Você produz shows e espetáculos, dança, toca tambor e produz clipes. O que você tem vontade de fazer e ainda não fez? Cinema, assumir os microfones...

Paloma Parentoni - Tenho vontade de entrar mais na área do audiovisual, trabalhar com TV, documentário, cinema, etc., seja atuando ou produzindo. Assumir microfones para cantar não. Já fui apresentadora em um festival de BH, mas cantar realmente sei que não é pra mim. Tenho vontade de um monte de coisa, acordo todo dia querendo uma coisa nova, tenho uma inquietude que não passa, parece que busco algo que nunca vai chegar, tudo pra mim é novo, tudo quero saber. Talvez por isso tenha tantas vertentes artísticas. Trabalho 14 horas por dia, faço produção, aula de dança, monto sets de discotecagens, crio os roteiros, toco meus tambores, reúno com os amigos pra pensar novas coisas, assisto tudo de teatro e dança que tem na cidade e por aí vai... No fim do dia, como toda mulher, reclamo que não tenho tempo pra nada (risos).

Que obra audivisual não sai da sua memória? Como surgiu o interesse pelo registro de imagens?

Paloma Parentoni - Dois filmes não saem da memória: Uma Vida Iluminada (título em português), do diretor Liev Schreiber, e Frida, com direção de Julie Taymor. Venho assistindo aos pedaços de Frida e lendo muito Clarice Lispector para terminar o roteiro do próximo videoclipe, que capta em imagens a música Casa Vazia, de Ricardo Koctus. Aos 15 anos, pedi de presente a primeira câmera fotográfica. Desde então fotografo toda semana, comprei vários livros e fui estudando tudo sozinha. Uma boa imagem pode mudar o rumo do seu dia.

Para conhecer um pouco mais o trabalho da produtora cultural Paloma Parentoni, acesse seu MySpace. No twitter dela, também há diversas atualizações e novidades.

Assista agora ao videoclipe Aqui, Ali, de Roberta Campos, e aguarde as próximas direções de Parentoni:


2 comentários:

  1. o trabalho da Paloma é lindo, talentosa e guerreira, admiro vc por toda essa força e por todo talento e sensibilidade! sucesso sempre!

    Silvio parabéns pelo blog, vc é outro talentoso, gosto muito das tuas entrevistas e tudo que escreve! sucesso e tudo de bom!
    beijos!

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  2. Conheci através do trabalho fotográfico e me identifiquei. Daí segui seus passos pelo twitter e descobri a DJ...PALOMITA ! Fuça daqui e dali e me deparo com o clip "Por você e ninguém mais". Paloma diretora e atriz. Enfim, quem procura acha : Sensibilidade, versatilidade, criatividade e TALENTO ! Paloma é ARTE na veia e essa mulher pulsa e brilha.

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Diz aí. Aqui você pode. Sem amarras e sem açoites.