segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Mais de 12 horas

Perusferia: 100 grafiteiros fazem galeria a céu aberto

Crédito: Márcio Ramos

Por Silvio Luz

Com a estimativa de mais de 5.000 pessoas circulando durante todo o evento Perusferia - Artevismo no Beco, no último sábado (05/12), a população viu surgir uma nova rua em Perus, bairro da zona noroeste de Sampa. Depois da intervenção de mais de 12 horas ininterruptas com mais de 100 grafiteiros - de São Paulo e também de outros estados -, a Travessa Cambaratiba, rua paralela à estação de trem Perus, foi transformada numa grande galeria de arte a céu aberto. O projeto foi realizado pela parceria de sucesso entre a Quilombaque e a Ecos.

Além do graffiti, o Beco da Cultura foi tomado por barracas de artesanato, brincadeiras e pinturas de rosto para crianças, shows, teatro, dança, percussão, poesia, discotecagens com a Phone Raps e muito mais. A intervenção artística Auto da Camisinha mostrou, de forma descontraída, a importância do uso do preservativo. Um stand da Ecos distribuía camisinhas, informativos e fitinhas da campanha do Laço Branco - Homens Pelo Fim da Violência Contra a Mulher, o tema do evento.

Antes dos shows de rap - com as participações impactantes de Marechal, Eli-Efi e Inquérito - o grupo de dança-afro Dandara deu conta do recado ao representar a cultura africana ao lado do grupo de percussão Filhos de Abuaye. E a poesia não ficou de fora. O Literatura Suburbana subiu ao palco - cedido pela SPTuris - para declamar seus versos com segurança e consciência.

Ciranda e reggae

Outras atrações da noite foram as bandas Sudaca (hip-hop rock) e Amandla (rap) e o grupo de poesia Elo da Corrente. Antes do reggae do DaMata, de Pirituba, contagiar a galera com muita positividade, o grupo teatral Girandolá, de Francisco Morato, pôs todo mundo na roda da ciranda, com a participação especial de Seu Júlio na cantoria. A animação foi tanta que os gritos de bis impulsionaram uma roda de côco para finalizar a intervenção.

O DaMata subiu ao palco por volta das 22h e transmitiu ainda mais boas vibrações para o público. Mesclando canções próprias com covers de Bob Marley, por exemplo, a banda também manteve um diálogo de paz e conscientização e frisou o combate à violência contra a mulher. Em seguida, o Cartel Central (rap), de Perus, encerrou o Perusferia falando da quebrada para a quebrada.

Por fim, um convite: visite a Travessa Cambaratiba e veja de perto a transformação de uma rua em um Beco da Cultura. Clique aqui e acesse o blog da Comunidade Cultural Quilombaque.

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