terça-feira, 24 de novembro de 2009

Rabecas e violas

Tradição renovada: Siba, Roberto Corrêa e disco inédito

Crédito: myspace.com/sibaeafuloresta

Por Silvio Luz

Além do trabalho de anos com o grupo Siba e a Fuloresta, agora o pernambucano Siba (foto) se une ao mineiro-brasiliense Roberto Corrêa para lançar o disco Violas de Bronze, no Auditório Ibirapuera, em Sampa, nesta sexta (27/11), às 21h. No álbum e no show é possível conferir a junção da viola de Roberto com a rabeca de Siba, com a renovação da técnica e estilo de seus instrumentos.

Até o álbum ficar pronto foram oito anos de intenso trabalho para que o resultado final pudesse traduzir a fusão primorosa dos estilos de ambos os músicos, que imprimem em suas produções a originalidade das tradições brasileiras. Entre as composições do disco estão Caninana do Papo Amarelo e Jararaca Chateadeira, de Roberto, e Casa de Reza e Da Espera, de Siba.

Selecionado pelo Programa Petrobras Cultural, o projeto dá voz aos poetas populares e passeia pelas cantorias das violas mineira e pernambucana, brincando com os versos de forma descontraída e singular. A cultura popular agradece por mais este trabalho de peso.

Rabecas e violas

O release do Auditório Ibirapuera sobre o show traz uma pequena contextualização com a história da rabeca e da viola no Brasil. Confira:

Rabeca e viola são instrumentos que foram introduzidos no Brasil desde a colonização, e tem ampla utilização nas tradições populares em todo o território brasileiro. Encontrados juntos em diversos conjuntos musicais e folguedos, sua presença na música popular brasileira urbana tem, no entanto, história mais ou menos recente e desenvolvimento independente.

Enquanto a viola acompanhou a ascensão da música caipira no centro-oeste e sudeste e alcançou um público cada vez maior, a rabeca continuou restrita aos folguedos populares rurais, só começando a ser utilizada fora de seu ambiente original nos anos 70.

Recentemente, a rabeca e a viola mais uma vez tiveram sua área de influência expandida através do trabalho inovador de uma nova geração que, a partir dos anos 90, conseguiu, baseada na ligação profunda com suas respectivas tradições regionais, abrir caminho para novos horizontes de utilização destes instrumentos.

No centro-oeste, Roberto Corrêa introduziu a viola no ambiente da música instrumental de concerto, realizando paralelamente um profundo levantamento do repertório tradicional de recursos técnicos e timbrísticos do instrumento. No nordeste, utilizando as técnicas e estilo tradicionais da zona da mata pernambucana, Siba foi um dos primeiros a utilizar rabeca no ambiente da música popular urbana, abrindo caminho para diversos músicos que o sucederam.

Dia 27/11, às 21h.

Ingressos: R$ 30,00 e R$ 15,00 (meia-entrada).

Auditório Ibirapuera - Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, Portão 2 do Parque do Ibirapuera; (11) 3629-1014/1075; www.auditorioibirapuera.com.br

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