terça-feira, 14 de abril de 2009

Instrumental Brasil - Carlos Malta

Multi-instrumentista solta sopro da luz sonora

Crédito: Divulgação

Por Silvio Luz

Para curtir boa música instrumental neste começo de semana é só marcar na agenda: comparecer ao Sesc Avenida Paulista, às 19h. Durante todo o mês de abril, a instituição promove o projeto Instrumental Sesc Brasil, que valoriza grandes artistas e revelações da música instrumental brasileira. Nesta terça (14/04), é a vez do multi-instrumentista Carlos Malta, que está com quase 30 anos de carreira, subir ao palco. Conhecido por ter feito parte do grupo de Hermeto Pascoal, o músico apresenta desde 1993 seu trabalho solo, marcado pelo primor com os instrumentos de sopro. "A iniciativa do Sesc é ótima, porque é preciso haver mais pontos de luz sonora espalhados pelo país para divulgar nossa música instrumental", diz ele em entrevista exclusiva.

O músico já tem 7 discos lançados e seus sopros podem ser conferidos em trabalhos de grandes nomes da música brasileira, como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Ivan Lins, Gal Costa, Roberto Carlos, Lenine, entre outros. No show do Sesc, o compositor, orquestrador, educador musical e band-leader será acompanhado dos músicos Daniel Grajew (piano e teclados), Guy Sasso (contrabaixo) e Richard Montano (bateria). Para o repertório, foram selecionadas canções presentes nos álbuns Pife Muderno, Pimenta e Coreto Urbano, como Rainha do Mar, Tudo Azul e Sou Sim Soul Sin, além de músicas de Pixinguinha (1x0), Gilberto Gil (Ladeira da Preguiça), Tom Jobim (Chovendo na Roseira) e Hermeto Pascoal (Santo Antônio).

Quem não puder comparecer ao show, pode assistir a transmissão ao vivo dos sopros de Carlos Malta pelos portais do IG e do Sesc. Após a apresentação, o artista participa de um chat, nestes mesmos endereços, comandado pela jornalista Patrícia Palumbo.

Na entrevista realizada no meio do último ensaio antes do show, Carlos Malta falou sobre o que é tocar instrumentos de sopro, a missão de ser músico, as semelhanças do público independente da nacionalidade, entre outros assuntos. Confira:

Qual a principal lição e a principal missão aprendida com a música nestes quase 30 anos de carreira?

Carlos Malta - Generosidade regada a muita paciência e sabedoria. Foi isso o que aprendi com a música nestes anos todos. Ser músico é uma missão.

Você já se apresentou em diversos lugares no exterior. Qual a diferença básica entre a receptividade do público de lá e de cá em relação à música instrumental?

Carlos Malta - Quase não há diferença. Quem gosta de música não fica dependente de idioma, pois a música instrumental já fala por si própria. Os públicos são muito semelhantes, por causa da pluralidadade e diversidade proporcionada pela música instrumental. Mesmo no Brasil, as pessoas se encantam com esse tipo de música, e muitos chegam até a pensar que não é produção nossa.

Sua produção é conhecida, em grande parte, pelo poder dos instrumentos de sopro, tanto é que chegou até a ser apelidado de "O Escultor do Vento". Qual a importância e a sua relação com estes instrumentos?

Carlos Malta - Como já disse, ser músico é assumir uma missão. E para o artista especializado em instrumentos de sopro essa missão é ainda maior, pois a entrega física dele é maior. Não que seja mais difícil, mas a pessoa tem que cuidar muito da saúde e do corpo, para alcançar uma capacidade aeróbica e de respiração adequada. No mais, é o instrumento que escolhe a gente, e não o contrário.

Como você consegue passear livremente por diversos projetos musicais, seja como músico, maestro, compositor, arranjador, band-leader, entre outras facetas? É o peso das quase três décadas de estrada?

Carlos Malta - Não diria que é um peso, mas essa experiência toda me dá o aval para desenvolver a arte em diversas direções. O som proporciona essa felicidade de atuar em várias áreas, seja ensinando, tocando, criando ou compartilhando.

O que está preparando para o show desta terça (14/04), no Sesc Paulista, dentro do projeto Instrumental Sesc Brasil?

Carlos Malta - Vou apresentar o meu trabalho de compositor, inclusive mostrando canções originais e inéditas, que ainda não foram executadas ao vivo. Vamos dar espaço também para compositores brasileiros e brincar com essa conversa entre os diversos instrumentos, mostrando como eles se comportam. O show será dinâmico e a platéia também vai participar. Será bem interativo. A iniciativa do Sesc é ótima, porque é preciso haver mais pontos de luz sonora espalhados pelo país para divulgar nossa música instrumental.

Clique aqui para conferir vídeos do instrumentista no site oficial.

Dia 14/04, às 19h.

Entrada franca (é preciso retirar ingressos com uma hora de antecedência).

Sesc Avenida Paulista - Avenida Paulista, 119; (11) 3179-3700; www.sescsp.org.br/sesc

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