terça-feira, 26 de maio de 2009

Entrevista - Neural Code

Thiago Espírito Santo fala sobre trio de fusion brasileiro

Crédito: myspace.com/thiagoespiritosanto

Por Silvio Luz

Com arranjos instrumentais que misturam pegadas roqueiras e jazzísticas, a banda Neural Code é nova no pedaço, mas conta com nomes já consagrados na música brasileira. Kiko Loureiro assume a guitarra da banda Angra há 17 anos e é conhecido por misturar o rock ao fusion, Cuca Teixeira é um baterista com bastante experiência no jazz, e, por fim, Thiago Espírito Santo está mais do que à vontade na cena instrumental brasileira, tendo tocado com Yamandú Costa e Hermeto Pascoal, só para ficar em dois exemplos.

Apesar da carreira solo de cada um deles, há sempre um jeitinho de sair por aí fazendo shows com o projeto. O Neural Code lançou o primeiro disco em abril deste ano, mostrando sintonia e afinidade musical, que também estão vivas durante as apresentações. Às vésperas da Virada Cultural 2009, o grupo fez um show gratuito no Sesc Consolação, em São Paulo, no qual se podia ver certo ecletismo do público presente, provando que a mistura, quando bem feita, só tende a arrebanhar ainda mais admiradores.

Em entrevista ao Entrete[discer]nimento, o baixista Thiago Espírito Santo - filho do multiinstrumentista Arismar do Espírito Santo - falou sobre as expectativas de divulgação do primeiro álbum, espaço para a música instrumental no Brasil, escolhas da banda, entre outros temas. Confira:

No show do Sesc Consolação, no mês passado, o Kiko disse que você praticamente convocou o Cuca e ele para montar a banda. Fale melhor como foi essa formação.

Thiago Espírito Santo - No início do ano de 2008 entrei em contato com o baterista Cuca Teixeira e o guitarrista Kiko Loureiro com a intenção de formar um trio de fusion brasileiro. Trabalho com o Cuca desde o início da minha carreira e sabia que ele seria o cara certo para o projeto que estava criando. Em seguida pensei no Kiko, pois ele é um músico que admiro muito e até aquele momento não havíamos trabalhado juntos, apesar de nos conhecermos há algum tempo. A receptividade de ambos foi ótima em relação ao projeto, e a partir daquele momento iniciamos o processo de composição e desenvolvimento do trio.

Quais as expectativas de divulgação do primeiro disco da banda? O preço do CD (vendido a R$ 10,00 nos shows) é uma estratégia para fugir do engessamento das grandes gravadoras e, em contrapartida, da pirataria?

Thiago Espírito Santo - As melhores possíveis. Optamos por comercializar o nosso CD nas apresentações do Neural Code com um valor acessível a todos. O valor é diferenciado para as vendas em lojas especializadas. Temos também o CD disponível para compradores do mundo todo no site www.diehard.com.br.

Como estão fazendo para conciliar a agenda de trabalhos pessoais e a agenda do Neural Code?

Thiago Espírito Santo - Trabalhamos com antecedência, mantendo uma comunicação constante entre produção e músicos para conciliar as agendas.

De onde surgiu o nome? Por que escolheram um nome em inglês?

Thiago Espírito Santo - A escolha do nome se deu após algumas conversas sobre o resultado final do trabalho, analisando os aspectos culturais, suas influências e o objetivo do projeto. Daí surgiu o nome Neural Code. Optamos pelo nome em inglês pois esse trabalho tem um âmbito internacional.

A música instrumental ganha cada vez mais atenção e adeptos no Brasil. Qual sua opinião sobre isso? É um fenômeno passageiro ou vai durar por muito tempo, transformando e inovando a musicalidade brasileira?

Thiago Espírito Santo - A boa música sempre teve adeptos em todo o planeta. Acredito que a continuidade se deve ao alto padrão de qualidade dos trabalhos apresentados pelos artistas.

Como é o processo de composição das músicas do Neural Code?

Thiago Espírito Santo - O processo de construção das músicas para o CD ocorreu de uma forma muito natural. Todas as ideias concebidas foram registradas. Após essa etapa, fizemos uma cópia dos ensaios para cada músico, com o intuito de amadurecer os arranjos, para posteriormente dar início às sessões de gravação do disco. Foi muito produtivo e, no segundo semestre de 2009, iniciaremos o mesmo processo para o segundo álbum.

A longa experiência de cada um dos integrantes da banda só contribui para maior visibilidade, ou vocês sentem que começam novamente do zero, por ser um novo projeto?

Thiago Espírito Santo - Acredito que cada projeto escolhido e realizado tem como objetivo somar na carreira musical de cada um de nós.

Quais os próximos shows da Neural Code?

Thiago Espírito Santo - No segundo semestre faremos uma turnê pelo Brasil.

Para ouvir duas músicas do Neural Code - Cangaceiro Marroquino e Drenal -, acesse a página do grupo no MySpace.

Um comentário:

  1. É isso aí... e sucesso junto seu pessoal nesta caminhada.

    Parabéns pelo blog.

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