quarta-feira, 15 de julho de 2009

Pelo Sabor da Música

Zélia Duncan: recomeços cheios de experiência

Crédito: myspace.com/zeliaduncan

Por Silvio Luz

Eclético e sereno. Estas duas palavras definem muito bem o oitavo disco de estúdio de Zélia Duncan, Pelo Sabor do Gesto, lançado no começo do mês passado. Produzido em duas cidades diferentes, São Paulo (sob a chancela de Beto Vilares) e Belo Horizonte (sob a batuta de John Ulhoa, do Pato Fu), o álbum tem um clima acústico e revela uma cantora pronta para recomeçar sempre, fazendo parcerias profundas e não se limitando a sonoridades quadradas, abrindo o leque para novidades, mesmo com uma larga experiência na música.

O disco, de 14 faixas, dá a largada com Boas Razões, uma das duas músicas traduzidas a partir da trilha sonora do filme Lês Chansons d’Amour, do cantor e compositor francês, Alex Beaupin. A sutileza de Fernanda Takai mesclada com a voz grave de Zélia constróem uma canção distinta e destacada. Não à toa é a canção que abre o disco. A outra tradução é a bela Pelo Sabor do Gesto, que dá título ao disco. Os arranjos acústicos e tranquilos proporcionam um tom de sussurro interminável.

O poder de compositora - para não dizer de poeta - de Zélia está por todos os cantos e acordes, mas se sobressai principalmente na faixa Todos os Verbos, musicada por seu novo parceiro de música, Marcelo Jeneci. Sinta este trecho: "Abraçar é quente/Beijar é chama/Pensar é ser humano/Fantasiar também/Nascer é dar partida/Viver é ser alguém/Saudade é despedida/Morrer um dia vem/Mas amar é profundo/E nele sempre cabem de vez/Todos os verbos do mundo".

Pelo Sabor do Gesto é um dos CDs para figurar na prateleira de qualquer admirador da música brasileira. Algumas canções podem ser ouvidas no MySpace de Zélia.

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